PORTANTO,TODOSSEREMOSEMPREENDEDORES


Mas a liberdade tem um preço. Teremos que nos acostumar com
um novo tipo de organização, muito menos paternalista do que
temos hoje.
Um sistema mais horizontal exige que todos tenham postura de
dono.
Atuais funcionários terão que despertar a autogestão, capaz de
realizar tarefas sem cobrança exterior.
Gerentes e diretores terão que aprender a trabalhar sem
hierarquia, em organismos onde todos percebem-se empoderados.
Empreendedores têm o dever de derreter suas atuais estruturas
empresariais em favor de modelos distribuídos. Mas, principalmente:
têm o dever de compartilhar a sua consciência empreendedora – a

capacidade de realizar – com aqueles que ainda não a possuem.
Essa é uma missão de todos.
Como disse o Prêmio Nobel Muhammad Yunus: “Todos somos
empreendedores, mas muitos de nós ainda não tiveram a
oportunidade de descobrir”.

OCONCEITO DEEMPREENDEDOR

Empreendedor não significa, necessariamente, abrir uma
empresa.
Empreendedor é aquele que não aceita a realidade de maneira
resignada. Motivado pelo desejo de mudança para gerar impacto
positivo no mundo, ele ajuda a coconstruir uma iniciativa.
O que é, como vai ser e o porquê da existência dessa iniciativa, só
o empreendedor poderá dizer.
Minha definição de empreendedor é simples:
O indivíduo que tem consciência do seu empoderamento – por
isso, assume com autonomia o rumo da sua vida – e constrói
iniciativas que mudem a realidade para melhor.

***

Sobre empoderamento: todos nós já estamos empoderados. A
questão é que, infelizmente, muitos ainda enxergam um mundo

***

Sobre autonomia: de Kant a Piaget, a palavra autonomia sempre é
recorrente entre os grandes pensadores. A melhor definição que
consegui foi: “Autonomia é a capacidade de governar a si mesmo,
numa escolha racional e emocional, com decisões conscientes e

sabedoras das suas imediatas consequências, não determinadas por
influências invisíveis como o medo, a pressão social ou a
conformidade”.
Portanto, o empreendedor é a pessoa que possui recursos
emocionais suficientes para tomar as decisões pela sua própria
cabeça.
E viver de forma plena, como ser humano consciente e capaz de
se fazer feliz.

***

Sobre construir uma iniciativa: ela não precisa ser,
necessariamente, profissional. Pode ser uma ONG que luta contra a
fome, uma associação de pais que pretendem educar os próprios
filhos, um grupo de estudos de filosofia – ou até coisas menos
pretensiosas.
Mais importante do que a iniciativa é o construir – é o fazer –, e
não aceitar de forma indiferente o mundo como ele é.
Entretanto, quando atingirmos um mundo horizontal, o simples
fato de participar de iniciativas profissionais já significará
coconstruí-las.
Ou seja: quando há ausência de hierarquia e todos são sócios, o
simples fato de participar de um novo projeto já nos tornará
automaticamente empreendedores.
***

Sobre mudar a realidade para melhor: a alienação pode fazer o ser
humano insensível. Mas ao trazermos o indivíduo para um nível de
consciência avançado, ele retoma à sua natureza generosa.
A verdadeira essência do empreendedorismo é a bondade.

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